segunda-feira, 26 de março de 2012

O diploma é o de menos

Enquanto a gente se preocupa com o diploma - e olha que não poucas vezes defendi a obrigatoriedade deste por aqui -, o jornalismo passa por uma crise de identidade muito mais avassaladora que a instabilidade da categoria.

Mais do que se preocupar com a regulamentação da profissão e até com a definição da fronteira teórico-epistemológica em que se situa a comunicação (tipo de coisa com que temos nos ocupado em discutir nas aulas do mestrado ultimamente), é preciso prestar atenção no que o jornalismo está se tornando ou em que pode ser transformado diante dos avanços tecnológicos que estão por aí.

Não é a primeira vez que a inovação tecnológica muda formatos, cria gêneros, redefine modos de produção jornalística. Mas é a transformação da qual somos atores. É preciso pensar nisso...

Os robôs vão substituir os jornalistas?

Não deixe a ironia passar despercebida: plataformas automatizadas agora "escrevem" reportagens sobre empresas que ganham dinheiro com transações automatizadas. Essas reportagens terminam influenciando o sistema financeiro e ajudam os algoritmos a identificar transações ainda mais lucrativas. Em termos práticos, o que temos é jornalismo produzido por robôs e para robôs. O único lado positivo da história é que o dinheiro todo fica para os seres humanos. Leia o texto completo na Folha

sexta-feira, 9 de março de 2012

Eu devia ter feito Engenharia

Não sou nenhum gênio da matemática e não entendo nada de geometria espacial, mas eu devia ter feito Engenharia.

Devia ter feito Engenharia porque não tem lógica um ônibus urbano com portas no meio. Simples: o cidadão que vai descer na parada seguinte fica ali, perto da porta, aí quem entra no ônibus não consegue passar da roleta.

Se a porta fosse no fundo (como era antigamente), o cidadão que quer descer vai se dirigindo para o fundo do ônibus, consequentemente, libera espaço na frente e os passageiros que entram conseguem pelo menos passar pela roleta.

Nada que uma aula de física do segundo grau não resolva. Mas aí os caras passam o dobro do tempo que um jornalista na faculdade para fazerem esse tipo de coisa.

Não dá para estimular o uso do transporte coletivo com uma situação dessas. Só que eu sei disso porque sou jornalista. Devia ter feito Engenharia para não precisar andar de ônibus.