quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quando não sei o que escrever


“Tem horas que a inspiração pira de vez e vai embora. Então, quem pira sou eu!”

Eu já devo ter escrito isto alguma vez na minha vida. Se escrevi e você leu, peço desculpas por ser tão repetitiva. Mas se tem uma categoria de escritores que eu admiro são os articulistas de jornais diários e revistas semanais. Sim, porque ao contrário de mim, que no meu blog mando eu, eles têm prazo para enviar artigos. E inspiração não é algo que respeite muito qualquer tipo de prazo... Aliás, não tem um sequer desses profissionais que já não tenha escrito algo sobre o “branco”. A todos, ao menos uma vez, faltou assunto algum dia. Pode ser que faltou inspiração. Acredito ser bem plausível a alternativa de que lhes tenha faltado mesmo é saco para escrever – de novo!

Acontece que nós, jornalistas – ou projetos disso, como eu –, escrevemos demais! Na maioria das vezes sobre coisas chatas, essa que é a verdade. Tentamos fazer as coisas chatas ficarem mais legais, mas nem sempre conseguimos. Quando conseguimos, mal dá tempo de ficarmos orgulhosos e já vem uma pilha de novas pautas para executar. Há também os redatores que consigam tornar coisas legais inacreditavelmente chatas – e isso é um problema. Dos leitores, claro. Porque o redator está feliz da vida recebendo seu salário para escrever aquela matéria insossa.

Isso posto, eis uma duas razões possíveis para jornalistas manterem blogs pessoais paralelamente à profissão: uma vez que escreve muito sobre assuntos que pouco ou nada lhe interessam, o jornalista resolve liberar suas paixões e opiniões acerca das chatices que escreve e outras coisas mais. Como seu editor jamais permitiria tal disparate, resta-lhe apelar para o blog.

Todavia, é comum que blogs pessoais de jornalistas não estejam atualizados na mesma freqüência que pressupõe sua profissão. Isso porque já bastam as oito ou dez horas por dia diante de um teclado na Redação para provocar uma total falta de saco para escrever alguma coisa melhor ao chegar em casa.

Não, isso não é um desabafo de uma pseudo-profissional decepcionada com a carreira. Muito antes pelo contrário, como se diz. Mas de tanto tempo dedicado a fazer coisas legais e outras nem tanto profissionalmente, faltou-me a paciência de escrever alguma coisa “com conteúdo” para o blog. O resultado disso foi este post, que nada mais é do que uma encheção de lingüiça – tarefa, aliás, para a qual jornalistas estão bem treinados também, embora a “objetividade” seja o mandamento primordial da categoria. Só pra não passar uma semana sem atualizar o Tais&Coisas e ser mais uma das jornalistas-blogueiras que abandona o barco deixando os navegantes cibernéticos a ver navios!

Tem horas que a inspiração pira e vai embora. Nessas horas, quem pira sou eu! Acontece.

2 comentários:

  1. Acho que isso acontece com todos... jornalistas ou não, a inspiração some de vez em quando...
    Gostei muito do teu blog!!!
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, Fê!
    E concordo q todos precisam de inspiração...
    bjs e obrigada pela leitura!

    ResponderExcluir

Fala que TYScuto!