quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O que fazer com agendas velhas


“Todo fim de ano é a mesma coisa. Olho pra minha agenda e penso: o que faço com isto?”

Tenho dezenas de agendas de anos passados guardadas em casa. Nunca abri uma sequer. Não vejo exatamente um sentido, um porquê de guardar agendas velhas, mas guardo. Fico com pena de jogar fora, pensando que ali está um registro de uma fase da minha vida, por mais que esses registros sejam rabiscos de pautas por fazer, entrevistas por agendar e assim por diante. Quando muito, anoto um endereço ou telefone, mas isso logo passo para o cadastro correspondente. Vez ou outra, tomo nota de uma consulta médica, um casamento, uma formatura, aniversários. Informações importantes ou confidenciais? Acho que nenhuma. Mas todo fim de ano é a mesma coisa. Olho pra minha agenda e penso: o que vou fazer com isto?

Talvez eu devesse queimar, rasgar, sei lá. Mas minha agenda do Grêmio?! Com meu nome adesivado e tudo?! Dá dó... só que daqui a uns dias o máximo que eu poderei aproveitar dela é o calendário de 2009 impresso nas primeiras páginas. O resto passou, como tudo na vida. As agendas também passam.

Há quem não use mais agenda. Eu custo a me desvincular desse acessório. Preciso rabiscar para me programar. Quis comprar um celular com agenda para ele me avisar dos compromissos, mas não me habituei. Esquecia de fazer as anotações. Tem coisas que só dá pra resolver com agenda e caneta na mão.


No entanto, eis que hoje saio do trabalho com mais uma agenda velha nas mãos. Amanhã entro em férias para voltar só ano que vem, aí é ano novo, agenda nova. E esta agenda que me acompanhou pelos últimos 300 e poucos dias vai se juntar às outras dezenas de agendas que lotam uma caixa jogada no porão da casa da minha mãe. Apesar da dor do abandono da agenda cheia, agenda em branco me faz bem, uma vez por ano. É bom saber que há muito mais o que fazer para preencher os nossos dias!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O poder de um sorriso pueril


“Como se não fosse respeitável ser o que se é”

Nada como uma criança para nos arrancar um sorriso. No trem lotado de cada dia, basta uma mãe com uma criança de colo nos assentos preferenciais para todos os que se apertam ao redor ficarem bobos. Começam de risos, piscadas, caretas e outras patetices. Mas sorriem, ao menos.

A espontaneidade das crianças mexe com a gente de uma forma como que capaz de despertar a mesma espontaneidade que temos dentro de nós, mas no mundo adulto fazemos de conta que já nem existe mais.

Adultos não podem ser espontâneos no trabalho, pois precisam transmitir respeito e confiança a chefes, colegas e clientes – como se não fosse respeitável ser o que se é.

Se adultos são espontâneos demais nos relacionamentos amorosos ou de amizade, correm o risco de serem tachados como “crianções” e acabam sendo trocados por outros adultos – que disfarçam melhor.

Resta o trem, pelo menos quando tem uma criança por perto, para deixar aflorar a espontaneidade enrustida.

Mundo besta esse mundo que os adultos inventaram. Adultos que, espontaneamente, espiavam meu bloquinho enquanto eu rabiscava este post!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O português nosso de cada dia mudai hoje...


... e perdoai os gramáticos pela feiura (sem acento mesmo!) que ficou nossa língua depois do acordo ortográfico que entra em vigor dentro de 20 dias.

Minha Nossa Senhora do Português Correto, eu que tantas vezes a ti dirigi minhas preces, rogo a graça de aprender a conviver com a nova ortografia.

Estou ficando paranoica (sem acento, por mais que o Word insista em colocá-lo ali) com esse tal de acordo ortográfico. Não estou nem um pouco de acordo, aliás! As pessoas que leem (sem circunflexo) este blog agora não fazem ideia (sem comentários...) do enjoo (isso!) que me causa escrever desse jeito. Mas será tudo assim a partir de primeiro de janeiro de 2009.

Empurraram goela abaixo essa história de unificação da língua portuguesa e eu tenho que engolir?! Antes eu fosse um software para só instalar um novo verificador ortográfico e pronto! Mas não sou...

Demorei 20 e poucos anos para aprender a escrever direito e agora acho que vou ter que voltar para a primeira série. Por sinal, quero ver explicar pra uma criança que tranquilo e quilo se escreve igual, mas se pronuncia diferente.

Cidadãos comuns terão até 2012 para se adequar à nova escrita. Jornalistas, não. Como fontes de referência em informação, jornais, revistas e editoras precisam se adiantar na aplicação das novas regras. Pior ainda para os revisores.

Bom mesmo é para os gramáticos e suas editoras, pois estão vendendo guias práticos e manuais da nova ortografia que nem água. Eu já comprei o meu. Ossos do ofício. Fiquei analfabeta de novo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Três Dardos

Não necessariamente nesta ordem:

Nada Certo
O nome do blogueiro é Cristian Schnidger. Eu não o conheço nem ele me conhece. Ele é amigo de um amigo meu. Foi esse amigo que me indicou o blog. O guri é, no mínimo, espirituoso. Tem um blog bem-humorado, cheio de pensamentos loucos, algumas críticas, devaneios, reflexões sobre a vida e até conversa de MSN. Um espaço espontâneo, como um blog deve ser. Nada tem de certo, mas também não tem de errado. Desinteressante e desinteressado, segundo o próprio slogan. Quem sabe assim ele também descobre o Tais&coisas!

Portal dos Fatos
O blog já vende pela escolha do nome. Portal dos fatos é um chamariz para atrair comunicadores e gente que se interessa por comunicação. Por ali, aportam fatos de todos os tipos, de desastres ambientais a trâmites no meio turístico, uma vez que o blogueiro é superintendente de marketing numa empresa do setor. Conheci o Jorge Alexandre nos meus tempos de Festival de Turismo. Formado em Jornalismo, sempre esteve inventando alguma coisa para estudar ou um novo projeto para tocar a diante. A bola da vez é TV Digital... pra saber mais, só acessando!

Juan Domingues
O professor Juan! Ele era colaborador da GramadoSite quando eu trabalhava na Redação de lá. Adorava as crônicas esportivas dele (apesar de ele ser colorado!). As análises dele que me inspiravam a colaborar com Esportes de vez em quando. Depois de um tempo, fomos nos conhecer pessoalmente num debate sobre Assessoria de Imprensa na Rádio Unisinos. Fomos apresentados no ar! Muito hilário. Pois o professor Juan Domingues, no blog dele, escreve não só sobre esportes (aliás, não vi muita coisa sobre o assunto por ali), mas deixa umas coisas sensacionais pra fazer a gente pensar. Tipo: máquinas de escrever... não entendeu, né?! Então, acessa!

Para entender melhor que história é essa de Dardos, clique aqui.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Excesso de tecnologia me dá náuseas

“E-mail, MSN, Orkut, Facebook, blog, YouTbe, o tal de Twitter. Céus! É tanta ferramenta de comunicação que fico tonta!”

Quando entrei na faculdade de Jornalismo, eu entendia por meio de comunicação jornal, revista, televisão, rádio e todas essas coisas que a gente agora chama de mídia convencional. Internet era algo com que eu tinha algum contato, mas não estava tão presente no meu dia-a-dia, nem banda larga eu tinha para me conectar. Há também que se considerar que eu lia um ou dois jornais que minha mãe assinava lá em casa, comprava alguma revista de vez em quando e assistia sempre o mesmo canal de TV. Cinema? Só no Festival de Gramado! No resto do ano, os filmes em cartaz chegam atrasados no Cine Embaixador...

Na época, eu devia ter apenas uma conta de e-mail, não sabia o que era MSN, muito menos YouTube e nunca tinha feito um download de música ou filme na vida. Com toda certeza, raras haviam sido minhas pesquisas no Google também. Eu era uma verdadeira taipa pra esse negócio que a gente chama agora de mídia digital ou novas mídias, coisas que eu fui desvendando com o tempo.

Cinco anos depois, não imagino minha vida sem o Google, sei lá como seria se não tivesse MSN e custo a acreditar que um dia as redações de jornal eram repletas de máquinas de escrever ao invés de computadores. Só que, ainda que seja suficientemente informada sobre este universo tecnológico, sou um atraso em termos de digitalização.

Verdade! Até seis meses atrás, eu não tinha um blog sequer. Agora tenho três! E ainda colaboro com mais um da ZeroHora.com. Depois que criei os blogs, demorei mais uns dois ou três meses para aprender a publicar fotos e vídeos e acho que foi semana passada que alguém me ensinou como fazer hyperlinks. No Facebook foi esta semana que resolvi entrar – e ainda não entendi direito como funciona nem pra que serve (se é que essas redes servem para alguma coisa). Até hoje, jamais postei um vídeo no YouTube – mas claro que já assisti vários.

Sou um fiasco pra mexer nessas coisas. Acho pouco produtivo. Útil e divertido, em certos casos, mas pouco produtivo. Na verdade, o excesso de tecnologia me dá náuseas. E-mail, MSN, Orkut, Facebook, blog, YouTbe, o tal de Twitter. Céus! É tanta ferramenta de comunicação que fico tonta! Não aprendi a lidar com isso. Estou me esforçando para aprender. Afinal, sou uma profissional de comunicação, e isso contempla também essas novas mídias que ficam velhas da noite para o dia.

Não bastasse o universo digital para me causar enjôo, também meu leque de veículos convencionais aumenta à velocidade da luz – o que me faz acreditar que de fato a mídia convencional não vai morrer. Leio quatro jornais diários, tenho uma pilha de revistas na minha mesa, contemplando mais de 20 títulos de todos os segmentos: esporte, moda, casa e decoração, viagem, economia e negócios, as semanais... há cada vez mais segmentação nesse universo. A Editora Abril lançou, no mês passado, a versão brasileira da Runner’s World, uma revista só sobre corridas. Corridas! Não basta uma seção sobre corridas numa revista de esportes, precisava de uma revista inteira. Isso só para citar um exemplo.

Haveria mais a comentar, mas eu ficaria parecendo aqueles palestrantes de congressos de comunicação que se arriscam a discursar sobre o impacto desse turbilhão de mídias no exercício da profissão, mas ficam só ensaiando rodeios em torno do que já se sabe e não chegam a conclusão alguma.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Nada mais que um pensamento solto (3)

Agora tem que agüentar eles dizendo que são campeões de tudo...
Só falta o Gabiru, que deu o mundo pra eles, dar o Brasil pra nós!
Domingo, pés no Olímpico e ouvidos no Bezerrão...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nada mais que um pensamento solto (2)

Gosto do Profissão Repórter... a juventude e inexperiência dos jovens jornalistas, como diz o Caco Barcelos, torna a cobertura mais "humana". Especialmente no programa de ontem, em Santa Catarina. Duvido quem não tenha vontade de chorar vendo um supermercado ser saqueado por centenas de pessoas com água pela cintura. Operação de guerra, com direito a soldado atolado na lama. Corpos esquecidos em meio aos escombros - tirá-los de lá pode provocar novos deslizamentos e vitimar mais pessoas. Palavras não descrevem aquilo...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Puxa conversa

“A caixinha continha 135 perguntas para iniciar uma conversa. Uma não, 135!”

Para quem não sabe o que dar de presente para o amigo-secreto da empresa, da família do namorado ou da turma de inglês, presta atenção nesta aqui:

Uma caixinha vermelha de 8x8cm fez a diversão de três amigos na tarde ensolarada de sábado passado numa mesinha de bar em Canela. A começar que não era um bar qualquer, e sim uma espécie de pub agregada a uma livraria. A caixinha, por sua vez, também tinha uma peculiaridade. Uma não, 135. A caixinha continha 135 perguntas para iniciar uma conversa. Uma não, 135!

Na tal livraria-bar em que estávamos, os exemplares de livros e revistas ficam à disposição dos que por ali tomam um café ou uma cerveja. A Lih, minha grande amiga, assídua freqüentadora do local, foi a responsável por nos apresentar o Puxa Conversa, que nos fez de fato conversar longamente sobre coisas que dificilmente paramos para pensar, mas vale a pena refletir.

Mais vale inteligência ou bom senso?

Qual seu principal dever com seu país?

Que acontecimento atual você gostaria de testemunhar?

Se dinheiro não fosse empecilho, o que você gostaria de fazer?

E por aí vai...

Não conseguimos puxar as 135 conversas, deixamos algumas para um próximo encontro. Mas já saí de lá pilhada para procurar esse achado em uma livraria próxima. Custa algo entre R$ 25 e garante uma descontração inteligente para uma mesa de bar, dia de chuva na praia, madrugada em acampamento. Duvido quem não comece a filosofar com meia dúzia de perguntas dessas.