quarta-feira, 30 de março de 2011
Será que chove?
"Nunca fui muito apegada a previsões. Muito menos à do tempo."
Meu chefe não usa o elevador da firma. Vai sempre pelas escadas. Ele diz que elevador é muito constrangedor. Nunca se sabe quem vai embarcar no andar seguinte. Ou fica aquele silêncio sepulcral ou alguém puxa o tradicional assunto para quando falta assunto: “será que chove?”. Conversas meteorológicas são típicas de elevador.
Nunca fui muito apegada a previsões. Muito menos à do tempo. Sempre duvidei de qualquer natureza de futurologia, mesmo que tenha alguma vocação científica. Quanto ao clima, cresci com minha mãe dizendo que o Cléo Kuhn nunca acerta (para quem acha que posso estar sendo injusta com o moço, o Cléo Kuhn tem 26 anos só de meteorologia...). A neve em Gramado ele não acerta faz anos, fato.
A verdade é que, por um bom tempo, ignorei a meteorologia. Jamais tive a pretensão jornalística de ser “a garota do tempo” (e quiçá chegar ao Fantástico, como Patrícia Poeta e o tempo Hoje). Mas a rotina atual fez com que minha ignorância meteorológica, aos poucos, fosse transformada em fobia. Tenho medo da previsão do tempo. Sério. A meteorologia me assusta.
Seja pela enchente ou pela seca, existe uma espécie de obsessão por pautas climáticas. No jornal, clima não é quebra-gelo quando falta assunto. É o próprio assunto. Da neve ao calorão, o tempo é pauta. Sempre. E olha que dá trabalho. Bem menos trabalho do que ir pelas escadas só para evitar uma conversa de elevador.
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