Se não for outra novela, a contratação de Paulo Roberto Falcão como treinador do Internacional cria um cenário único no futebol gaúcho: dois grandes ídolos de Grêmio e de Inter, se não os maiores, treinando os clubes que os consagraram, ao mesmo tempo. O que isso singnifica? Para o futebol, nada. Mas para os gaúchos...
Gremistas e colorados não precisam de motivo para exacerbar a rivalidade. Até futebol de botão serve. O Rio Grande do Sul deve ser o único lugar do planeta onde o contrário de azul é vermelho. Mas imagine à beira do gramado, na mesma partida, Renato Portaluppi, que deu ao Grêmio o título mundial de 1983, e Falcão, tricampeão brasileiro pelo Inter em 1975. É para torcedor nenhum ficar desmotivado.
Claro que nem paixão nem torcida ganham jogo. Em se tratando de treinador, resultados serão cobrados. Renato veio para o Grêmio quando o time estava a caminho do rebaixamento no Brasileirão de 2010, e resolveu. A equipe ascendeu, terminou na quarta colocação na tabela e conquistou a vaga para a Libertadores na "repescagem". Um ano antes, Renato tinha sido repudiado pelo clube. Na Libertadores de 2009, Celso Roth foi afastado do Tricolor e especulou-se que Renato poderia ser o substituto. A diretoria achou que não era o momento. O mesmo Celso Roth, também em meio a uma Libertadores, agora é afastado do Inter e fala-se em um antigo ídolo colorado para ocupar o posto. Só que, apesar das semelhanças, há diferenças pontuais entre um caso e outro.
Roth sai tarde do Inter. Já deveria ter ido embora depois do fiasco contra o Mazembe, no Mundial do ano passado. Nada justifica a permanência de um técnico que planejou errado toda uma temporada deixando de lado o campeonato nacional, que tinha plenas condições de vencer, e sair do campeonato mundial sem sequer superar o adversário africano na primeira fase. Mas Roth ficou e nem estava em fase tão ruim agora. O Inter vai se classificar em primeiro no grupo, ao que tudo indica. Se é para comparar com o rival, o Grêmio, de Renato, será o segundo em uma chave, teoricamente, mais fraca.
Apelar para um ídolo da história do clube é uma atitude extrema. Era o caso do Grêmio quando trouxe Renato. Estava prestes a ser rebaixado mais uma vez nesta década, já tinha trocado de treinador três vezes em menos de um ano. Nada parecia dar certo. Renato poderia pelo menos mexer com a autoestima do torcedor. Era o último recurso. Para a alegria dos azuis, deu certo. Mas não é o caso do Inter. Ainda não é.
De qualquer maneira, Falcão no Inter vai mexer com os ânimos da Dupla. O fervor nas arquibancadas é garantido, resta ver os efeitos disso dentro de campo. Claro, se a contratação se confirmar. Falcão seria anunciado como novo técnico hoje, agora já passou para segunda-feira. Para quem acompanhou a novela Ronaldinho no início do ano, não se pode duvidar de nada. Tudo indica que ele será anunciado. E o futebol gaúcho terá um momento único a ser lembrado.
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