segunda-feira, 14 de julho de 2014

#teveCopa. E que Copa!

É teeetraaa!!!

A primeira lembrança que tenho de uma Copa é de 1994. Eu tinha oito anos e mal sabia direito o que era futebol, mas lembro bem da família reunida em frente à TV, aquela bola para o mato do Baggio, o Pelé abraçado no Galvão, e o Galvão gritando: é teeeetraaa!

Depois eu vi o Ronaldo ficar grog na França, o Felipão trazer o penta no Japão/Coreia, o Roberto Carlos arrumar as meias na Alemanha e o Robben fazer um gol de cabeça na África do Sul. Mas nenhuma Copa será como esta. Pode vir a da Rússia, a do Catar (se vier), o hexa, o octa, sei lá. É desta Copa que vou falar aos meus netos. A Copa do Brasil.  

Vou falar de hinos à capela, de homens que choram, de zebras que viram leões. Vou falar de goleiros incríveis, de goleadas incríveis e, claro, da goleada mais incrível de todas. Vou falar de vitórias no último minuto, de prorrogações e mais prorrogações, de decisões por pênaltis. Vou falar de uma musiquinha insuportável da torcida argentina, da zoeira na internet, do Podolski no Twitter.

Mas, principalmente, vou falar que Porto Alegre nunca esteve tão linda, tão colorida, tão feliz. Vou falar que conheci três mosqueteiros franceses que vivem em Buenos Aires, um coreano que mora no Panamá e gosta de vir ao RS para comer temaki, um suíço que mora na Noruega e segue a Alemanha em todas as copas desde 1990.

Vou falar que vi 5 mil argentinos acamparem no Harmonia, que vi a Coronel Genuino decorada com bandeiras cor de laranja para a festa holandesa, que vi australianos transbordarem pela Lima e Silva. 

Vou falar que vi muitos jogos comendo pipoca na Redação, mas vi outros na fan fest e até na fan fest B, improvisada para dar conta de tantos argentinos. Vou falar que fui ao estádio do Inter - e gostei. No Beira-Rio, eu vi jogar a seleção alemã que seria tetracampeã mundial semanas depois. 

Terei de falar de obras atrasadas e superfaturadas, de estádios inúteis e tudo mais que sustentou o coro do #imaginanacopa, #querovernacopa ou #naovaitercopa durante anos, até a Copa começar. Agora que acabou, chega a dar um vazio. Ninguém podia imaginar o que a gente iria ver na Copa. Que bom que teve Copa.