quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O que fazer com agendas velhas


“Todo fim de ano é a mesma coisa. Olho pra minha agenda e penso: o que faço com isto?”

Tenho dezenas de agendas de anos passados guardadas em casa. Nunca abri uma sequer. Não vejo exatamente um sentido, um porquê de guardar agendas velhas, mas guardo. Fico com pena de jogar fora, pensando que ali está um registro de uma fase da minha vida, por mais que esses registros sejam rabiscos de pautas por fazer, entrevistas por agendar e assim por diante. Quando muito, anoto um endereço ou telefone, mas isso logo passo para o cadastro correspondente. Vez ou outra, tomo nota de uma consulta médica, um casamento, uma formatura, aniversários. Informações importantes ou confidenciais? Acho que nenhuma. Mas todo fim de ano é a mesma coisa. Olho pra minha agenda e penso: o que vou fazer com isto?

Talvez eu devesse queimar, rasgar, sei lá. Mas minha agenda do Grêmio?! Com meu nome adesivado e tudo?! Dá dó... só que daqui a uns dias o máximo que eu poderei aproveitar dela é o calendário de 2009 impresso nas primeiras páginas. O resto passou, como tudo na vida. As agendas também passam.

Há quem não use mais agenda. Eu custo a me desvincular desse acessório. Preciso rabiscar para me programar. Quis comprar um celular com agenda para ele me avisar dos compromissos, mas não me habituei. Esquecia de fazer as anotações. Tem coisas que só dá pra resolver com agenda e caneta na mão.


No entanto, eis que hoje saio do trabalho com mais uma agenda velha nas mãos. Amanhã entro em férias para voltar só ano que vem, aí é ano novo, agenda nova. E esta agenda que me acompanhou pelos últimos 300 e poucos dias vai se juntar às outras dezenas de agendas que lotam uma caixa jogada no porão da casa da minha mãe. Apesar da dor do abandono da agenda cheia, agenda em branco me faz bem, uma vez por ano. É bom saber que há muito mais o que fazer para preencher os nossos dias!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O poder de um sorriso pueril


“Como se não fosse respeitável ser o que se é”

Nada como uma criança para nos arrancar um sorriso. No trem lotado de cada dia, basta uma mãe com uma criança de colo nos assentos preferenciais para todos os que se apertam ao redor ficarem bobos. Começam de risos, piscadas, caretas e outras patetices. Mas sorriem, ao menos.

A espontaneidade das crianças mexe com a gente de uma forma como que capaz de despertar a mesma espontaneidade que temos dentro de nós, mas no mundo adulto fazemos de conta que já nem existe mais.

Adultos não podem ser espontâneos no trabalho, pois precisam transmitir respeito e confiança a chefes, colegas e clientes – como se não fosse respeitável ser o que se é.

Se adultos são espontâneos demais nos relacionamentos amorosos ou de amizade, correm o risco de serem tachados como “crianções” e acabam sendo trocados por outros adultos – que disfarçam melhor.

Resta o trem, pelo menos quando tem uma criança por perto, para deixar aflorar a espontaneidade enrustida.

Mundo besta esse mundo que os adultos inventaram. Adultos que, espontaneamente, espiavam meu bloquinho enquanto eu rabiscava este post!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O português nosso de cada dia mudai hoje...


... e perdoai os gramáticos pela feiura (sem acento mesmo!) que ficou nossa língua depois do acordo ortográfico que entra em vigor dentro de 20 dias.

Minha Nossa Senhora do Português Correto, eu que tantas vezes a ti dirigi minhas preces, rogo a graça de aprender a conviver com a nova ortografia.

Estou ficando paranoica (sem acento, por mais que o Word insista em colocá-lo ali) com esse tal de acordo ortográfico. Não estou nem um pouco de acordo, aliás! As pessoas que leem (sem circunflexo) este blog agora não fazem ideia (sem comentários...) do enjoo (isso!) que me causa escrever desse jeito. Mas será tudo assim a partir de primeiro de janeiro de 2009.

Empurraram goela abaixo essa história de unificação da língua portuguesa e eu tenho que engolir?! Antes eu fosse um software para só instalar um novo verificador ortográfico e pronto! Mas não sou...

Demorei 20 e poucos anos para aprender a escrever direito e agora acho que vou ter que voltar para a primeira série. Por sinal, quero ver explicar pra uma criança que tranquilo e quilo se escreve igual, mas se pronuncia diferente.

Cidadãos comuns terão até 2012 para se adequar à nova escrita. Jornalistas, não. Como fontes de referência em informação, jornais, revistas e editoras precisam se adiantar na aplicação das novas regras. Pior ainda para os revisores.

Bom mesmo é para os gramáticos e suas editoras, pois estão vendendo guias práticos e manuais da nova ortografia que nem água. Eu já comprei o meu. Ossos do ofício. Fiquei analfabeta de novo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Três Dardos

Não necessariamente nesta ordem:

Nada Certo
O nome do blogueiro é Cristian Schnidger. Eu não o conheço nem ele me conhece. Ele é amigo de um amigo meu. Foi esse amigo que me indicou o blog. O guri é, no mínimo, espirituoso. Tem um blog bem-humorado, cheio de pensamentos loucos, algumas críticas, devaneios, reflexões sobre a vida e até conversa de MSN. Um espaço espontâneo, como um blog deve ser. Nada tem de certo, mas também não tem de errado. Desinteressante e desinteressado, segundo o próprio slogan. Quem sabe assim ele também descobre o Tais&coisas!

Portal dos Fatos
O blog já vende pela escolha do nome. Portal dos fatos é um chamariz para atrair comunicadores e gente que se interessa por comunicação. Por ali, aportam fatos de todos os tipos, de desastres ambientais a trâmites no meio turístico, uma vez que o blogueiro é superintendente de marketing numa empresa do setor. Conheci o Jorge Alexandre nos meus tempos de Festival de Turismo. Formado em Jornalismo, sempre esteve inventando alguma coisa para estudar ou um novo projeto para tocar a diante. A bola da vez é TV Digital... pra saber mais, só acessando!

Juan Domingues
O professor Juan! Ele era colaborador da GramadoSite quando eu trabalhava na Redação de lá. Adorava as crônicas esportivas dele (apesar de ele ser colorado!). As análises dele que me inspiravam a colaborar com Esportes de vez em quando. Depois de um tempo, fomos nos conhecer pessoalmente num debate sobre Assessoria de Imprensa na Rádio Unisinos. Fomos apresentados no ar! Muito hilário. Pois o professor Juan Domingues, no blog dele, escreve não só sobre esportes (aliás, não vi muita coisa sobre o assunto por ali), mas deixa umas coisas sensacionais pra fazer a gente pensar. Tipo: máquinas de escrever... não entendeu, né?! Então, acessa!

Para entender melhor que história é essa de Dardos, clique aqui.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Excesso de tecnologia me dá náuseas

“E-mail, MSN, Orkut, Facebook, blog, YouTbe, o tal de Twitter. Céus! É tanta ferramenta de comunicação que fico tonta!”

Quando entrei na faculdade de Jornalismo, eu entendia por meio de comunicação jornal, revista, televisão, rádio e todas essas coisas que a gente agora chama de mídia convencional. Internet era algo com que eu tinha algum contato, mas não estava tão presente no meu dia-a-dia, nem banda larga eu tinha para me conectar. Há também que se considerar que eu lia um ou dois jornais que minha mãe assinava lá em casa, comprava alguma revista de vez em quando e assistia sempre o mesmo canal de TV. Cinema? Só no Festival de Gramado! No resto do ano, os filmes em cartaz chegam atrasados no Cine Embaixador...

Na época, eu devia ter apenas uma conta de e-mail, não sabia o que era MSN, muito menos YouTube e nunca tinha feito um download de música ou filme na vida. Com toda certeza, raras haviam sido minhas pesquisas no Google também. Eu era uma verdadeira taipa pra esse negócio que a gente chama agora de mídia digital ou novas mídias, coisas que eu fui desvendando com o tempo.

Cinco anos depois, não imagino minha vida sem o Google, sei lá como seria se não tivesse MSN e custo a acreditar que um dia as redações de jornal eram repletas de máquinas de escrever ao invés de computadores. Só que, ainda que seja suficientemente informada sobre este universo tecnológico, sou um atraso em termos de digitalização.

Verdade! Até seis meses atrás, eu não tinha um blog sequer. Agora tenho três! E ainda colaboro com mais um da ZeroHora.com. Depois que criei os blogs, demorei mais uns dois ou três meses para aprender a publicar fotos e vídeos e acho que foi semana passada que alguém me ensinou como fazer hyperlinks. No Facebook foi esta semana que resolvi entrar – e ainda não entendi direito como funciona nem pra que serve (se é que essas redes servem para alguma coisa). Até hoje, jamais postei um vídeo no YouTube – mas claro que já assisti vários.

Sou um fiasco pra mexer nessas coisas. Acho pouco produtivo. Útil e divertido, em certos casos, mas pouco produtivo. Na verdade, o excesso de tecnologia me dá náuseas. E-mail, MSN, Orkut, Facebook, blog, YouTbe, o tal de Twitter. Céus! É tanta ferramenta de comunicação que fico tonta! Não aprendi a lidar com isso. Estou me esforçando para aprender. Afinal, sou uma profissional de comunicação, e isso contempla também essas novas mídias que ficam velhas da noite para o dia.

Não bastasse o universo digital para me causar enjôo, também meu leque de veículos convencionais aumenta à velocidade da luz – o que me faz acreditar que de fato a mídia convencional não vai morrer. Leio quatro jornais diários, tenho uma pilha de revistas na minha mesa, contemplando mais de 20 títulos de todos os segmentos: esporte, moda, casa e decoração, viagem, economia e negócios, as semanais... há cada vez mais segmentação nesse universo. A Editora Abril lançou, no mês passado, a versão brasileira da Runner’s World, uma revista só sobre corridas. Corridas! Não basta uma seção sobre corridas numa revista de esportes, precisava de uma revista inteira. Isso só para citar um exemplo.

Haveria mais a comentar, mas eu ficaria parecendo aqueles palestrantes de congressos de comunicação que se arriscam a discursar sobre o impacto desse turbilhão de mídias no exercício da profissão, mas ficam só ensaiando rodeios em torno do que já se sabe e não chegam a conclusão alguma.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Nada mais que um pensamento solto (3)

Agora tem que agüentar eles dizendo que são campeões de tudo...
Só falta o Gabiru, que deu o mundo pra eles, dar o Brasil pra nós!
Domingo, pés no Olímpico e ouvidos no Bezerrão...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nada mais que um pensamento solto (2)

Gosto do Profissão Repórter... a juventude e inexperiência dos jovens jornalistas, como diz o Caco Barcelos, torna a cobertura mais "humana". Especialmente no programa de ontem, em Santa Catarina. Duvido quem não tenha vontade de chorar vendo um supermercado ser saqueado por centenas de pessoas com água pela cintura. Operação de guerra, com direito a soldado atolado na lama. Corpos esquecidos em meio aos escombros - tirá-los de lá pode provocar novos deslizamentos e vitimar mais pessoas. Palavras não descrevem aquilo...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Puxa conversa

“A caixinha continha 135 perguntas para iniciar uma conversa. Uma não, 135!”

Para quem não sabe o que dar de presente para o amigo-secreto da empresa, da família do namorado ou da turma de inglês, presta atenção nesta aqui:

Uma caixinha vermelha de 8x8cm fez a diversão de três amigos na tarde ensolarada de sábado passado numa mesinha de bar em Canela. A começar que não era um bar qualquer, e sim uma espécie de pub agregada a uma livraria. A caixinha, por sua vez, também tinha uma peculiaridade. Uma não, 135. A caixinha continha 135 perguntas para iniciar uma conversa. Uma não, 135!

Na tal livraria-bar em que estávamos, os exemplares de livros e revistas ficam à disposição dos que por ali tomam um café ou uma cerveja. A Lih, minha grande amiga, assídua freqüentadora do local, foi a responsável por nos apresentar o Puxa Conversa, que nos fez de fato conversar longamente sobre coisas que dificilmente paramos para pensar, mas vale a pena refletir.

Mais vale inteligência ou bom senso?

Qual seu principal dever com seu país?

Que acontecimento atual você gostaria de testemunhar?

Se dinheiro não fosse empecilho, o que você gostaria de fazer?

E por aí vai...

Não conseguimos puxar as 135 conversas, deixamos algumas para um próximo encontro. Mas já saí de lá pilhada para procurar esse achado em uma livraria próxima. Custa algo entre R$ 25 e garante uma descontração inteligente para uma mesa de bar, dia de chuva na praia, madrugada em acampamento. Duvido quem não comece a filosofar com meia dúzia de perguntas dessas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Nada mais que um pensamento solto...

Só tragédia na capa do jornal de hoje...

calamidade em Santa Catarina

e o Inter já meio-campeão.

Livrai-nos do mal!!!!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

As coisas legais que escrevi

"Se precisar, até soletra o sobrenome polaco do entrevistado (que tem umas 23 consoantes, mais ou menos)"

Num post anterior eu falava do desafio jornalístico de fazer das coisas chatas um pouco menos chatas. Depois fiquei lembrando de algumas coisas legais que escrevi. Coisas que eu achei legais. Porque tem coisas que eu acho que não vão dar em nada e acabam bombando. Em compensação, tem coisas que eu achei legal de escrever e ninguém deu bola.

É por isso que tento fazer coisas legais com o que eu acho chato, porque alguém em algum lugar vai gostar. Então, encaro até os trabalhos mais xaropes - e olha que tem pauta xarope por aí! Não vou citar exemplos, porque fica - adivinha - chato. Mas tem temas que dão trabalho, nos mais variados sentidos da expressão.

Às vezes é como se te pedissem para escrever sobre a vida em Júpiter, o que significa dizer que te vêm com umas pautas que fica difícil escolher por onde começar. Aí o "santo" Google ajuda a achar umas pistas, você acha uma fonte aqui, um livro ali, um evento lá e cruza os dados - e os dedos também! Normalmente, esse tipo de trabalho que é mais legal de fazer. Só que muita gente vai achar isso chato depois de pronto.

Por outro lado, tem pautas que não dão trabalho nenhum, saem quase por fotossíntese do jornalista para o teclado. São temas que você vê todos os dias nos jornais, sabe de cor o celular da fonte e, se precisar, até soletra o sobrenome polaco do entrevistado (que tem umas 23 consoantes, mais ou menos). Costumo achar esses trabalhos menos legais de fazer... é que acho mais difícil chover no molhado do que fazer chover - o que não tem qualquer relação com a moça do tempo acertar a previsão!

Entre umas e outras, tem coisas que escrevi e achei tão legais que fico pensando se eu seria capaz de fazer de novo. E tem coisas tão ruins que fico rezando para conseguir fazer melhor. Espero que sim, se não vou morrer de fome!


Seção Dardos:
Recebi algumas indicações de alvos, então, aos poucos, de post em post, vou lançando os Dardos que ainda me restam. O de hoje vai para o Velha Amiga, da Marcela Donini. A Marcela é jornalista - e poderia me dar uma aula de como fazer melhor o que eu comentava no texto aí em cima! Como ela já me ajudou a melhorar os links do Tais&coisas, o blog dela ganha o primeiro link. Com "coberturas especiais" e tudo, o blog reúne textos, fotos e vídeos sobre viagens. A rota da vez é Buenos Aires. Dá um clique!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Preciso lançar Dardos. Alguém me indica um alvo?


“Enquanto blogueira sou uma excelente jornalista!”


Já faz uma semana que estou procurando alvos para lançar meus Dardos. É que recebi uma cota de 15 na semana passada, mas não fui capaz de lançar nem meia dúzia deles ainda. Preciso de ajuda para identificar alvos dignos de recebê-los!

Explico. Os “dardos” a que me refiro não são mortíferos. Trata-se do Prêmio Dardos. Um selo que foi criado para promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web. “Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras”, diz a definição da coisa.

Adorei a idéia de blogueiros “se indicarem-se uns aos outros”, especialmente dentro dos valores apresentados. Fui uma das “dardeadas”, por indicação do meu amigo Zé que, ora, pois, debandou-se para Portugal já faz um tempo e de lá manda notícias por meio de seu blog E agora José?, o qual eu invejo bastante. Invejo porque ele é bem feito graficamente e também em termos de conteúdo. Os posts vêm sempre com indicação de trilha sonora, a lista da bota aparece ali também e o banner tem uma montagem de fotos no mínimo interessante.

Bom, o problema é que o blog do Zé é um dos poucos com os quais tenho algum contato. Acho que fora ele, leio o meu (pelo menos eu!), o Diário de Propaganda e há poucos dias comecei a ler o Verso da Vida (porque ele foi criado há poucos dias!). E quem recebe o Dardos precisa, em contrapartida, exibir a imagem do prêmio no blog (como o fiz), linkar o blog de quem indicou (também está feito) e escolher 15 outros blogs para “dardear” (aí que me refiro!).

Tinha um outro amigo meu, o Paulinho, que tinha um blog “mara”. Só que faz mais de ano que ele não posta nada lá. O blog, embora desconfigurado, ainda está no ar e o conteúdo (que era a melhor parte mesmo) ainda pode ser conferido no Coisas Mais.

Então, não é que eu desmereça os blogs, mas enquanto blogueira sou uma ótima jornalista. Mesmo na Internet sou assídua dos veículos tradicionais e acesso pouco ou quase nada os blogs alheios. Não é por preconceito. Nem por excesso de amor ao blog próprio. É só me chamarem pra ler alguma coisa que eu dou um clique lá! Bom, agora, pode ser que eu dê mesmo é um Dardo!
PS: Se alguém souber me dizer como eu transformo esses hyperlinks em uma coisa bonitinha (tipo nome do blog sublinhado, não essa salada de //www aí no meio do texto) eu agradeço muito pela informação! :)
PS 2: Agradeço à Marcela Donini, jornalista e blogueira, pelas dicas para melhorar meus links! Dá um clique nela: Velha Amiga (em outro post vou comentar as indicações que recebi para o Dardos, mas a Marcela merecia citação prévia!)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quando não sei o que escrever


“Tem horas que a inspiração pira de vez e vai embora. Então, quem pira sou eu!”

Eu já devo ter escrito isto alguma vez na minha vida. Se escrevi e você leu, peço desculpas por ser tão repetitiva. Mas se tem uma categoria de escritores que eu admiro são os articulistas de jornais diários e revistas semanais. Sim, porque ao contrário de mim, que no meu blog mando eu, eles têm prazo para enviar artigos. E inspiração não é algo que respeite muito qualquer tipo de prazo... Aliás, não tem um sequer desses profissionais que já não tenha escrito algo sobre o “branco”. A todos, ao menos uma vez, faltou assunto algum dia. Pode ser que faltou inspiração. Acredito ser bem plausível a alternativa de que lhes tenha faltado mesmo é saco para escrever – de novo!

Acontece que nós, jornalistas – ou projetos disso, como eu –, escrevemos demais! Na maioria das vezes sobre coisas chatas, essa que é a verdade. Tentamos fazer as coisas chatas ficarem mais legais, mas nem sempre conseguimos. Quando conseguimos, mal dá tempo de ficarmos orgulhosos e já vem uma pilha de novas pautas para executar. Há também os redatores que consigam tornar coisas legais inacreditavelmente chatas – e isso é um problema. Dos leitores, claro. Porque o redator está feliz da vida recebendo seu salário para escrever aquela matéria insossa.

Isso posto, eis uma duas razões possíveis para jornalistas manterem blogs pessoais paralelamente à profissão: uma vez que escreve muito sobre assuntos que pouco ou nada lhe interessam, o jornalista resolve liberar suas paixões e opiniões acerca das chatices que escreve e outras coisas mais. Como seu editor jamais permitiria tal disparate, resta-lhe apelar para o blog.

Todavia, é comum que blogs pessoais de jornalistas não estejam atualizados na mesma freqüência que pressupõe sua profissão. Isso porque já bastam as oito ou dez horas por dia diante de um teclado na Redação para provocar uma total falta de saco para escrever alguma coisa melhor ao chegar em casa.

Não, isso não é um desabafo de uma pseudo-profissional decepcionada com a carreira. Muito antes pelo contrário, como se diz. Mas de tanto tempo dedicado a fazer coisas legais e outras nem tanto profissionalmente, faltou-me a paciência de escrever alguma coisa “com conteúdo” para o blog. O resultado disso foi este post, que nada mais é do que uma encheção de lingüiça – tarefa, aliás, para a qual jornalistas estão bem treinados também, embora a “objetividade” seja o mandamento primordial da categoria. Só pra não passar uma semana sem atualizar o Tais&Coisas e ser mais uma das jornalistas-blogueiras que abandona o barco deixando os navegantes cibernéticos a ver navios!

Tem horas que a inspiração pira e vai embora. Nessas horas, quem pira sou eu! Acontece.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Brasil não precisa de pena de morte

“Serão condenados à morte os que roubam. Mas vamos matar os que roubam muito ou os que roubam pouco?”

Quem viu Tropa de Elite e virou fã do BOPE pediu pra sair da palestra do jornalista Caco Barcelos, terça-feira, 4, no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre. O que o BOPE faz no Rio de Janeiro não é justiça, é extermínio. O BOPE, em um ano, matou mais que os EUA em toda sua história de aplicação da pena de morte – e não matou em nome da lei.

No Rio de Janeiro, só 2% das mortes são causadas pelos ditos “bandidos. A polícia é responsável por 20% das mortes. 78% dos “matadores” são civis que perdem a cabeça por um motivo qualquer. Morre mais gente no Brasil em um ano do que na soma dos cinco anos de invasão norte-americana no Iraque. Porém, nenhum rico desonesto foi morto pelo BOPE.

Era aí que Caco Barcelos queria chegar. O Brasil não precisa de pena de morte. Depois de apresentar essas e outras estatísticas sobre a violência urbana no Brasil, Caco convidou os espectadores a se imaginarem na condição de legisladores: vamos aplicar a pena de morte no Brasil. Serão condenados à morte os que roubam. Mas vamos matar os que roubam muito ou os que roubam pouco? Vamos condenar à morte os que matam. Mas vamos matar os que matam muito ou os que matam pouco?

Ora, os que menos causam mortes são os que o BOPE tortura – e a platéia aplaude no cinema. Se fosse por número de mortes, os primeiros a padecerem na cadeira elétrica seriam os policiais. Da mesma forma, os que roubam quantias mais vultuosas são os chamados homens de “colarinho branco”. No entanto, volto a dizer, nenhum rico desonesto foi morto pelo BOPE até hoje e, como diria o capitão Nascimento no filme, nunca será!

Tolice defender a pena de morte no Brasil. Ela já existe nos morros das favelas, enquanto a elite da tropa segue impune. Os jovens universitários que hoje defendem a tortura, conforme pesquisa da Nova/FC, no passado eram perseguidos e torturados pela Ditadura. Para ver como as vidas que valem alguma coisa mudam de lado de tempos em tempos. Mas quem de fato conhece o valor da vida de cada um não está aqui para julgar. Somos um bando de “aspiras” achando que valemos alguma coisa mais do que os outros.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ode ao Nadismo




Não foi erro de digitação, a palavra é esta mesmo: nadismo, ato ou efeito de fazer nada.



Reservar um tempo para fazer nada sem pressa nenhuma pode aumentar sua qualidade de vida. Acha que estou de brincadeira? Não estou. Ficar sem fazer nada é coisa tão séria que tem até clube pra isso – e agora tem livro também.

O consultor criativo Marcelo Bohrer (foto à direita), que criou o Clube de Nadismo em 2006, sugere que as pessoas escolham um tempo para fazer nada de propósito, permitindo-se desfrutar desse tempo sem culpa. “O Nadismo é um significativo agente de mudança cultural, pois cria a consciência da importância do tempo livre”, explica Bohrer. Desde 2006, o clube criado por ele tem promovido encontros mensais (para fazer nada!) em diversas capitais do País.

Tamanha dedicação ao Nadismo resultou no livro que será lançado nesta quinta-feira, 30 de outubro, na Saraiva MegaStore do Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre, às 20h15min: “Nadismo, Uma Revolução Sem Fazer Nada” (foto à esquerda). Um talkshow sobre Nadismo, ancorado por Túlio Milman, abre a programação às 19h, no Palco das Artes do Praia de Belas Shopping.

Já são quase 5 mil nadistas de carteirinha espalhados pelo mundo. Entre eles, o jornalista Carl Honoré, autor do bestseller mundial “Devagar”, que coordena o núcleo de Nadismo que está se formando em Londres e teve seu primeiro encontro em outubro. O sociólogo italiano Domenico De Masi, que escreveu o famoso “Ócio Criativo”, é outro personagem que conhece e apóia o projeto.

Com o lançamento do livro, ficou mais fácil fazer parte do Clube de Nadismo. Na compra do livro de Marcelo Bohrer, o leitor ganha uma carteirinha de sócio. O livro custa R$ 28,00 e pode ser comprado pelo site
www.nadismo.com.br. O Nadismo estará presente ainda na Feira do Livro de Porto Alegre, que começa no próximo fim de semana. Bohrer vai palestrar e depois autografar seu livro no dia 3 de novembro.

Agradeço ao Tiago, que me enviou o release sobre o lançamento do livro, fazendo-me lembrar desta bem-humorada iniciativa de Marcelo Bohrer, cuja proposta eu já havia comentado em 29 de maio deste ano, ainda na GramadoSite. Acessa aí, tem até um passo-a-passo para fazer nada adequadamente:
http://www.gramadosite.com.br/cultura/cronicas/tais/id:15830

Até me inspirei para programar minha próxima sessão nadista...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Relógio desregulado


"Desde segunda-feira tem um relógio desregulado apitando uma hora antes na minha mesa de trabalho. Esse eu não vou ajustar."




O horário de verão começou primeiro no meu computador, com ajuste automático uma semana antes. No relógio de pulso, ajustei os ponteiros manualmente, à meia-noite de sábado, ou seja, uma da manhã de domingo, em ponto. No celular, adiantei uma hora só no domingo à noite, quando programei meu despertador.

Mas desde segunda-feira tem um relógio desregulado apitando uma hora antes na minha mesa de trabalho. Esse eu não vou ajustar. Não vou, porque não sei. E também porque não quero.

O relógio que adorna minha mesa de trabalho tem um telinha digital de apenas 4x3cm, apoiada numa base de plástico vermelha com três botõezinhos. É um xodó, coisa mais querida! Marca hora, minuto e segundo, aponta o dia da semana e ainda apita a cada hora cheia. Só que não me atrevo a ajustá-lo.

Ganhei esse reloginho de presente numa coletiva de imprensa que participei, ainda em Gramado, depois que já havia acabado o último horário de verão antes deste que começou agora. Lembro que foi só ligar o aparelhinho e ele já marcava a hora certinha.

Depois, tentando entender como funcionava, desregulei o pobrezinho. Resultado: todos os dias, às 10 da noite, a coisa despertava insistentemente. Cada vez que despertava, eu apertava um botão diferente, pois não sabia qual deles fazia a coisa parar de berrar. Às vezes o botão funcionava como “soneca”, e aí, 22h05min, lá estava eu de novo furungando na coisa.

Foi assim durante uma semana – a primeira em que comecei a me tornar uma guria independente (rsrs) morando na cidade grande. No primeiro fim de semana em que voltei para ver a família, levei o relógio de volta para o interior. Minha irmã ficou estudando a coisa até conseguir deixá-la funcionando direitinho. E eis que, desde aquele dia, o reloginho está aqui na minha mesa. Um xodó, coisa mais querida!

Com essa de horário de verão me deu um pavor só de pensar em mexer naqueles botõezinhos. Foi então que resolvi que esse relógio vai permanecer desregulado. É ruim de manhã cedo, porque começar a trabalhar às 7h30min é coisa de professor! A hora do almoço também é esquisita, 11h da manhã e eu já tô varada de fome?! Agora, sair do trabalho às 5 da tarde é coisa boa! Horário de verão, relógio desregulado, coisa mais querida! Um xodó!
Postado originalmente no antigo Tais&coisas em 21/10/08 às 17h51
Por enquanto, leia www.taisecoisas.zip.net