domingo, 23 de janeiro de 2011

Depois dos desaniversários, as “desformaturas”


“Se um dia por ano é pouco para comemorar a vida, imagine um dia na vida para comemorar a graduação"

Tem gente que chora em casamentos. Eu choro em formaturas. Mas ontem chorei mais. Chorei porque dos 50 e tantos que receberam o grau de bacharéis em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo fui colega de pelo menos uns 40. Convivi com alguns por mais tempo, outros por menos. Tinha vários amigos naquele palco. Outros não eram tão próximos, mas serão igualmente recordados por algum comentário em sala de aula, um trabalho em grupo, uma cerveja no Xis do Alemão.

Eu não tenho dúvidas de que o dia da minha formatura – que há de chegar! – será o mais lindo da minha vida, mas devo admitir que a noite de ontem foi linda demais. Eu estava que nem mãe e vó de tão emocionada pelos queridos colegas que estavam lá recebendo o canudo.

Vibrei com cada quebra de protocolo (os filhos lindos da Nanda Herrera que correram para abraçar a mãe, o par de All Star lançado ao palco para a Bruna Schuck calçar, o Matheus Cardoso puxando uma colega para dançar uma vaneira, o desfile do Garoto Verão Hallan Klein, e por aí vai). Tive um flashback a cada nome chamado.

Abracei com todas as minhas forças tantos quanto consegui localizar no final da cerimônia. Em muitos deles, pode ter sido o último abraço em um longo intervalo, até que nos reencontremos em alguma coletiva de imprensa ou quem sabe agendando uma entrevista com o cliente do outro. Alguns, ainda bem, poderão receber mais abraços segunda-feira na firma ou semana que vem na próxima janta da galera.

Na hora da festa, tive que me dividir para comemorar. No fim, não consegui agradar a todos, infelizmente. Então lembrei dos desaniversários. Se um dia por ano é pouco para comemorar a vida, imagine um dia na vida para comemorar a graduação. Eu, uma eterna “desformanda”, que o diga. Tanto que apareci no telão diversas vezes, infiltrada nas saudosas confrarias realizadas no decorrer do semestre.

Não colei grau em Jornalismo com esta galera, mas colei grau em amizade, com direito a extensão em solidariedade, bom-humor, parceria. Espero que a pós-graduação não fique só na saudade. Obrigada, colegas. E parabéns, jornalistas diplomados!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Casa limpa


A grana não dá para tudo, então fico com a faxina por fazer e a Brastemp antiga para degelar, em troca de finais de semana animados e um diploma na parede.

Nesta minha vidinha ralada de estudante-universitária-estagiária-pseudoindependente vivo fazendo opções: ou pago uma faxineira, ou pego um ônibus para subir a Serra no fim de semana; ou compro uma geladeira frost free, ou me matriculo em uma cadeira a mais na faculdade.

Como não aprendi a viver por muito tempo longe de família e velhos amigos, e terminar a graduação é meta máxima para 2011, não me restam muitas opções. A grana não dá para tudo, então fico com a faxina por fazer e a Brastemp antiga para degelar, em troca de finais de semana animados e um diploma na parede.

O alagamento na cozinha por causa do gelo derretido é das coisas mais deprimentes. Sem contar que, quando se faz seis horas diárias de estágio numa Redação e quatro horas de atividades acadêmicas numa unidade de pesquisa, com duas horas de deslocamento na soma dos trajetos, ainda com um TCC para entregar no meio do ano, é ruim demais dedicar as poucas horas livres que restam a atividades domésticas.

Só que, quando tudo fica pronto, dá até um orgulho! Talvez um alívio. Detesto fazer faxina, mas adoro ver a casa limpa. A vida também é assim. Seguidamente precisamos de uma faxina interna. Colocar em ordem sentimentos, projetos, valores. É preciso criar coragem para revirar o entulho que vamos acumulando entre dias atribulados, tarefas acumuladas, programas protelados. Mas depois é tão bom ver a casa limpa...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Da novela Ronaldinho Gaúcho


Teve de tudo nesta novela. Traição, perdão, falcatrua, enrolação. Só faltou paixão.

A dita novela Ronaldinho Gaúcho tomou conta da mídia esportiva nas últimas semanas, especialmente no Rio Grande do Sul, claro, mas também no centro do país. Primeiro, a esperança gremista de contar com um craque, que, a exemplo do Ronaldo Gordo, mesmo fora de forma, é acima da média dentre os que atuam no futebol nacional. Sem contar o fator, digamos, “redenção”. De uma certa forma, esperava-se que, com o retorno, Ronaldinho desse ao Grêmio o que não deu quando foi embora.

De repente começam a brotar especulações sobre interesses financeiros do Milan, negociações com outros clubes e aí cada dia era um anúncio diferente, comentários de toda ordem, de Pelé, o Rei, ao técnico colorado, Celso Roth. Sem contar a coletiva que mobilizou a imprensa e não esclareceu nada que já não se soubesse. Capítulos insossos que terminaram em pizza. Como disse o polêmico dirigente do Palmeiras, deviam montar um circo.

Teve de tudo nesta novela. Traição, perdão, falcatrua, enrolação. Só faltou paixão. Diria mais, a tal novela Ronaldinho foi um desrespeito ao Grêmio, enquanto clube e enquanto torcida. Se quisesse mesmo jogar no Grêmio outra vez, Ronaldinho podia ele mesmo pagar a multa rescisória com o Milan e assinar o contrato com o clube que o lançou. Dinheiro não é bem o problema. Ganância pode ser. Como disse Pelé, numa de suas poucas declarações que fez sentido, se fosse gremista, Ronaldinho jogava até de graça. Parece que agora nem de graça ele pisa no Olímpico.

Esse tipo de 'novela' só reforça que, apaixonado mesmo, só o torcedor. Futebol é mercado, é negócio. Aqui na província vai continuar na base da arte marcial dentro de campo e da eterna rivalidade fora dos gramados. Mazembe e Ronaldinho Gaúcho agora estão em patamares semelhantes, com margem de erro para mais ou para menos, conforme quem flauteia.

PS - a foto eu puxei da zerohora.com, é do simpático colega Fernando Gomes ;)