quinta-feira, 18 de junho de 2009

Aboliram o diploma

Agora a única motivação que tenho para continuar fazendo faculdade é o direito de ter cela especial se um dia for presa. Fora isso, meu diploma não valerá de nada. O STF deu o veredicto ontem. Desde então, qualquer um que saiba escrever ou falar direitinho pode ser jornalista. Não dá pra acreditar. Eu teria muito mais a dizer a respeito, mas estou sem tempo. Talvez seja bom estar sem tempo, que é para não perder tempo comentando absurdos que os ministros do STF falaram... Também nem adianta contestar ou argumentar. Eles bateram o martelo, a gente que se lasque – e rasgue o diploma.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Troquei o Parcão pela Rua da Praia


Estou na encruzilhada entre a Praça Montevidéu, a Rua da Praia e o caos.

Faz uma semana que mudei minha rota. Ao invés de passar os intervalos de almoço vendo os patos nos lagos do Parcão, sigo a trilha dos jacarandás da Praça da Alfândega.

Saio do Mercado Público de Porto Alegre desviando de ciganas que me importunam para ler minha mão, de mendigos que se atiram na calçada estreita entre os prédios e as paradas de ônibus, de vendedores ambulantes que comercializam, principalmente, rapadura e cocada.

Tudo isso ao som ininterrupto de motores de ônibus, arrancadas de motoboys e buzinas de motoristas impacientes com os pedestres que precisam atravessar o cruzamento. Tem ainda a música dos peruanos, chilenos, bolivianos ou de qualquer outra procedência próxima aos Andes e também um cantor solitário que monta seu palco no meio da Andradas para entoar clássicos do rock e ensacar uns trocados na capa do violão. Ontem, uma “festa junina” armada pelos servidores da educação em frente à prefeitura completava a trilha sonora.

Estou no centro da capital gaúcha. Na encruzilhada entre a Praça Montevidéu, a Rua da Praia e o caos.