
"Não queiramos comparar The End a fim de novela das oito. Na Ilha, como na vida, muita coisa continua em aberto."
Perdi a conta de quantas vezes ouvi que Lost é coisa para louco. Nesse mundo de coisas impensáveis, pensar parece mesmo loucura. Então, concordo. É para louco. Se estiver disposto a enlouquecer, bem-vindo ao vôo 815.
Lost, o fenômeno da televisão mundial (e dos downloads ilegais também), terminou deixando no ar mais perguntas do que respostas. E não vejo mal nenhum nisso. Não que eu não tenha ficado intrigada com o desfecho dado pelos produtores. Fico pensando em que momento eles estavam vivos, afinal. Terei que rever toda a série de novo para tecer novas teses em cima disso. No entanto, minha principal teoria já foi comprovada: a Ilha é uma metáfora da vida. Ponto.
Desde o início, Lost dava sinais de que seria uma história sobre a humanidade e seus conflitos: fé e razão, o bem e o mal, a vida e a morte, eu e o outro (ou Os Outros), a luz e a escuridão (ou o monstro de fumaça). Os flashbacks em momentos cruciais na Ilha em nada diferem em relação à nossa vida diária: as decisões que tomo hoje são reflexo das que tomei no passado, o que me tornei é resultado do que vivi. E quem não gostaria de ter uma segunda chance?
Ok, as viagens no tempo, o urso polar, os números e os vídeos de orientação da Dharma seriam desnecessários para narrar essa história. Talvez. Mas quem de nós não complica a vida? Deixe que compliquem a série.
Dizia o filósofo e escritor Jostein Gaarder, em Ei, tem alguém aí?, que o menino nunca se curvasse a uma resposta: “são as perguntas que movem o mundo”. Se Lost deixou mais interrogações do que afirmações, sejamos gratos. Estamos muito acostumados a consumir o que vem pronto, especialmente na televisão. Não queiramos comparar The End a fim de novela das oito. Na Ilha, como na vida, muita coisa continua em aberto.
Deus me livre. Morri. hehehehe.
ResponderExcluirpreciso de outro vício agora!
Não tinha vindo aqui ainda! Bem isso... Li noutro texto que os que não gostaram do "the end" é pq não entenderam justamente isso: nem toda pergunta precisa ser respondida explicitamente... E lost é bom por isso, pq não subestima nossa capacidade de interpretação! Ah, a interpretação (saudade do veritas agora! rs)... Lost é filosofia antiga e contemporânea, passada com modernidade e audácia. Tinha medo da heresia... mas fui dormir tranquilo ao final. E ainda acho q, como na vida, o "the end" não é o final. Virá mais por aí. "Moving on"... Obrigado por me fazer assistir isso. Quando iniciaremos nossa sessão reprise de 6 temporadas?! rs... Valeu!!!
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