domingo, 21 de setembro de 2014

Histórias que eu não gostaria de contar, mas tenho o dever de fazê-lo

Foto: Ricardo Duarte/ZH
Há duas semanas, recebi a missão de ir a Erechim para ver como estariam as famílias que perderam seus filhos em um acidente com um ônibus escolar há 10 anos, causando a morte de 17 adolescentes. É daquelas pautas que colocam o jornalista numa situação delicada, de tocar num assunto sensível, dolorido, correndo sério risco de cair no sensacionalismo.

Foram dias difíceis, porque não é fácil conviver com tamanha carga emocional dos depoimentos que a gente escuta nessas situações. Mas o mais difícil é engolir que, dez anos depois, ninguém pagou pela tragédia. E, pior, o crime pode até prescrever sem que ninguém seja punido.
Como o Nilson Vargas escreveu na carta do editor, este é um fato que não gostaríamos de noticiar, mas é o tipo de reportagem que nos faz ter orgulho de ser jornalistas. Alguém precisa "refrescar a memória" da população e da Justiça, porque não podemos nos conformar com a impunidade. Fico satisfeita por ter sido este alguém neste caso.

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