sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A imprensa me deixa em crise


"Não acho que a tal crise econômica tenha sido fabricada pela imprensa, mas que a mídia ajuda a disseminar o pessimismo entre as pessoas, nisso eu acredito."

Desde o último trimestre de 2008 que estou me ensaiando para contar quantas vezes ao dia leio ou escuto as palavras crise, recessão, demissões e coisas do tipo. É que folheio pelo menos quatro jornais impressos diariamente, navego por mais dezenas de sites e blogs, assisto alguns telejornais e acompanho revistas semanais e mensais nas bancas. Em todos os meios a comunicação é a mesma. Faz quatro meses que a bendita crise não sai da minha cabeça.

Ninguém da minha família ou amigos próximos perdeu o emprego por conta da crise, ainda. Mas amigos de amigos meus, sim. Assim como colegas de trabalho de gente que eu conheço. Ou seja, a recessão está nos rondando.

Só que não é aí que está o cerne do problema. A questão é que de tanto ficar sabendo de efeitos negativos dessa depressão econômica internacional, quem começa a ficar deprimido é a gente, mesmo que a crise nem tenha batido à nossa porta (ainda).

Não acho que a tal crise econômica tenha sido “fabricada” pela imprensa (aliás, o jornal britânico The Guardian já achou 25 pessoas para colocar a culpa!), como alguns disseram no começo. Mas que a mídia ajuda a disseminar o pessimismo entre as pessoas, nisso eu acredito. E não gosto nem um pouco.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Reformaram a reforma


Desisto de tentar aprender a escrever de um jeito que nem os gramáticos sabem direito explicar como é. Melhor rasgar o Acordo Ortográfico, já que, pelo visto, ninguém concorda mesmo!

Zero Hora de ontem, 21 de janeiro de 2009, quarta-feira, página 28: “ABL corrige a nova ortografia”.

Como assim, corrige?!

Diz a reportagem que a Academia Brasileira de Letras lançou um dicionário com a atualização das palavras que sofreram alterações na grafia, conforme as novas regras. Melhor dizendo, conforme as regras que a ABL quis considerar! Digo isso porque a mesma reportagem explica que o tal dicionário diverge do texto oficial do acordo ortográfico. Então, eu pergunto: que acordo é esse que ninguém concorda?

Definitivamente, é indignante essa história da nova ortografia. Guardei matérias de jornal, coloquei uma tabela no mural aqui da agência, comprei livro para servir de referência no meu dia-a-dia ortográfico, enfim, estava de fato motivada a aprender as novas regras. Só que elas estão mais para exceção!

Sequer vou entrar no mérito do que os acadêmicos revisaram, porque desisti de entender. Aliás, sugiro que façamos todos o mesmo. Ora, se o grande objetivo do acordo é unificar a Língua Portuguesa no mundo e a Academia Brasileira de Letras “corrige” as regras como bem entende, a maldita reforma não vai unificar um trema sequer.

Comenta-se, inclusive, que Portugal não está nem aí para as mudanças. Entrei nessa, ó pá! Fico com a ortografia antiga até 2011 – prazo limite para adaptação. Se até lãs o acordo sobreviver – o que eu duvido – aí me matriculo na 1ª série para reiniciar minha alfabetização. Espero mesmo é que esse acordo caia. E que tudo isso não passe de um texto mal escrito.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Que tudo se realize


"A cada novo ano que começa, de repente, desejamos conquistar tudo o que não fomos capazes de concretizar em dezenas de anos passados. Será que não estamos querendo demais?!"

Tentei achar alguma referência do autor da canção, mas não encontrei. De todo modo, a musiquinha dele pegou de um jeito que amarra na cabeça da gente e insiste em ser interpretada ao primeiro sinal de fogos de artifício. Faz parte do ritual. Vai dizer que nunca cantou: “Adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”? Duvido! Não há quem desconheça tal tema de Ano Novo.

Nesses primeiros dias de 2009, dignei-me a pensar um pouco sobre a musiquinha – que ainda não saiu da minha cabeça, mesmo mais de dez dias depois da virada. “Que tudo se realize”... será que não estamos querendo demais?

A cada novo ano que começa, de repente, desejamos conquistar tudo o que não fomos capazes de concretizar em dezenas de anos passados. Digo mais. Não desejamos apenas por nós mesmos, mas pelo mundo inteiro! Esperamos que a crise econômica seja superada, que a guerra termine na faixa de Gaza, que o Grêmio vença a Libertadores, que o plano de saúde da Ulbra volte a funcionar, que os políticos corruptos sejam condenados, que a Flora da novela das oito vá arder no mármore do inferno, que o Obama seja o Messias da América. Enfim, acho que desejamos demais para um ano só.

Como também não aprendi a ir devagar com os anos novos e meus desejos, espero, no fim, que tudo se realize, mesmo que tudo seja demais. Até porque parece que nunca é o bastante.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Numerologia

365 páginas em branco
que aos poucos serão preenchidas
sem pressa, sem preço
no compasso da vida.

2009 é o novo ano
regido pelo Sol
se não me engano
assim, brilhe a vossa luz.

Uma só é a vida
que não seja então vazia
mas seja mais completa
a cada novo dia.