quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tem um BBB bem perto de você. Dá uma espiadinha!


“Algumas características que se destacam nos participantes me fazem lembrar de gente que eu conheço. Não nego que alguns traços me fazem lembrar até de mim mesma.”

Eu estava mesmo me articulando para escrever um post sobre o Big Brother Brasil quando o Gui colou no meu MSN o link de um blog chamado Topismos. Escrito por um tal de Denis Pacheco, que não faço ideia de quem seja na ordem do dia (seu perfil no Facebook não me disse muito...), o texto que o Gui encontrou não sei como retratou muito bem o que se pode abstrair do BBB. Tão bem que não me arriscaria a complementar nem muito menos contrapor. Para tornar a análise mais didática, Pacheco enumerou cinco olhares sobre o BBB: o rebelde, o conservador, o ético, o voyeur e o moral. Não vou descrever cada um deles aqui porque aí já é sacanagem com o blog do cara! Clica no link ali em cima e mata a curiosidade.

O que teria ainda a dizer, apenas, é: quem não conhece alguém como...

1) O xarope do Tom?
Muito músculo e pouco cérebro; namorado pegajoso; cara fortão que se diz inseguro no namoro porque se acha feio (menos né); é sempre o primeiro a criticar, mas não suporta que alguém discorde dele. Um cara fútil e prepotente, pra resumir.

2) A mimada da Ana?
Guria fresca e manhosa que aos 25 anos ainda não aprendeu a ser gente grande. E olha que tem curso superior (em Direito)! Além de tudo é barraqueira, sai gritando cheia de razão, mesmo quando a briga é porque ela gastou todo o sabão em pó para matar formigas. Muita imaturidade.

3) O velho babão do Nonô?
O cara já passou dos 60 e ainda acha que faz “o” sucesso com as gurias de 20. Nada mais a comentar.

4) O gente-fina do Flávio?
Ele é o legítimo feioso, mas querido. O cara conversa com todo mundo, critica quando tem que criticar, dá apoio quando precisa apoiar e isso tudo não me parece apenas um “personagem” criado pelo gaúcho para se dar bem no jogo.

5) O crianção do Emanuel?
Já tem barba na cara e até já é pai, mas mesmo assim parece um piá de 15 anos. Quando vê mulher fica todo bobo, não é capaz de fazer uma festa sem tomar porre e, ainda por cima, enche o saco de todo mundo quando fica bebum.

6) A oferecida da Priscila?
A guria atirou para todos os lados antes de se focar no Emanuel. Na mala, só levou miniblusas, minishorts, minissaias, minidecotes. Enfim, sem preconceitos, mas ela tem todos os requisitos para virar atriz quando sair da casa - e não vai ser de novela da Globo.

7) A fazida da Fran?
Enquanto umas se oferecem demais, outras se fazem de difíceis. Chegou a dar raiva o que a Fran fez com o Max. A guria é muito fazida. Mas é doidinha como ele, o casal até combina.

Sei que faltou metade da casa aqui, mas não estou com saco de ficar traçando o perfil de todo mundo que está ou já passou pelo BBB 9. Quis ressaltar apenas algumas características que se destacam nos participantes e que me fazem lembrar de gente que eu conheço. Deixando a hipocrisia de lado, não nego que alguns traços me fazem lembrar até de mim mesma. Pra ver como até de um programa inútil desses se tira alguma coisa. A gente olha na tevê o que projeta na rua ou projeta na tevê o que vê na rua. E o melhor, sem se comprometer, porque por mais amor ou raiva que se crie em torno de um participante, dificilmente iremos conviver com ele algum dia.

Aos que estão prontos para me mandar desligar a TV e ler um livro, eu asseguro que não é por falta de leitura que assisto ao BBB. Sou contra o argumento de "já que não tem outra coisa melhor pra ver, olho o BBB". Sempre tem alternativa. Eu assisto porque quero, mas nunca votei num paredão! Acho interessante analisar a vida a partir do programa, analisar a mídia ao redor dele (são R$ 110 milhões de receita publicitária, um estudante de comunicação não pode ignorar uma mídia dessas!), analisar a decadência do Pedro Bial (o BBB seria bem mais divertido se o Tadeu Schmidt apresentasse). Enfim, apenas dou minha espiadinha e isso basta.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Alanis Morissette, a própria


"Eu vi Alanis Morissette cantando, pulando e balançando a cabeça feito punk. And isn’t it ironic!"

A reportagem da Zero Hora do dia seguinte ao show de Alanis Morissette em Porto Alegre a definiu como diva dos anos 90. Um dia depois, o Segundo Caderno do mesmo jornal publicou uma opinião que a classificava como antidiva. Antidiva porque “ela é humana como uma diva não consegue ser”, diz o autor da crítica.

É fato. O show da Alanis em Porto Alegre – tão perto como eu jamais poderia imaginar! – não teve nada de pirotécnico. De espalhafatoso, apenas ela mesma, com suas estripolias no palco, andando de um lado a outro sem parar, exceto quando pegava a guitarra na mão. De superprodução, apenas a própria voz da canadense, inacreditavelmente perfeita. O brilho não vinha dos efeitos de luz, mas do talento – e do sorriso – da cantora, que embalou, junto com os sentimentos juvenis que expôs nas canções que a lançaram, a juventude de gente como eu.

Era Alanis, sem dúvida, a cantora que eu mais ardentemente desejaria ver pessoalmente – acho que, inclusive, certa vez, numa roda de amigos, ao som do CD Jagged Little Pill, comentei sobre a improbabilidade de que isso ocorresse. Mas aconteceu. And isn’t it ironic!

Pela primeira vez, senti-me como aquelas fãs que eu via na TV, cheias de ansiedade por verem seus ídolos e transformando a expectativa em lágrimas ao estarem diante deles. Uma coisa tola, eu sei. Mas única. De repente, eu vi Alanis cantando, pulando e balançando a cabeça feito punk. Mais de 5.000 pessoas cantando em coro: “and isn’t it ironic, don’t you think?”.

De fato, não é irônico. É incrível! Inexplicável. Alanis é única. You listen, you learn (apenas uma paródia sobre ela mesma).

PS - Selecionei um videozinho para fechar este post e dar um gostinho do que vi. Tá, eu mais ouvi do que vi, mas o Gui, que enxerga do alto, registrou pra gente!


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fé na propaganda

“Quer acredite em Deus ou não, há que se convir – sem heresias – que, provavelmente, a propaganda funciona. Alguém duvida?”

A propaganda ensinou a gente a chamar qualquer chocolate em pó de Nescau, sabão em pó de Omo, esponja de aço de Bom Bril e caldo de galinha de caldo Knorr. A propaganda nos fez acreditar até que Grêmio faria 4 a 0 no Boca Juniors naquela final de Libertadores...

Mas o que me faz invadir o espaço do Diário de Propaganda é a repercussão de uma campanha feita no Reino Unido por um grupo ateu. Eles estamparam em 800 ônibus a frase: "Provavelmente, Deus não existe. Agora, pare de se preocupar e aproveite a vida" (clica na foto!).

Não demorou para aparecerem respostas à altura. Uma organização protestante colocou a citação bíblica "O tolo diz em seu coração que não existe Deus" em 50 veículos de Londres e está oferecendo bíblias gratuitas para quem entrar em contato por e-mail. A Igreja Ortodoxa Russa lançou anúncios dizendo: "Existe um Deus, acredite. Não se preocupe e aproveite sua vida".

Para além das investidas e revidadas de ateus e crentes, os publicitários alfinetaram: “Até quem não acredita em nada, acredita em propaganda”.

Pior que a campanha lançada pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) não deixa de ter razão.

O termo propaganda vem do latim, propagare, que significa difundir um conceito, uma ideia, uma crença. A palavra se disseminou a partir da criação da Congregação para a Propagação da Fé, pelo Vaticano, no início do século XVII.

Quer acredite em Deus ou não, há que se convir – sem heresias – que, provavelmente, a propaganda funciona. Seja para propagar a fé em divindades que alguns duvidam que existam, seja para nos fazer acreditar em coisas que não fazem o menor sentido, seja para plantar marcas como conceitos em nosso dia-a-dia. Alguém duvida?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Button e seus botões

Nascer, digamos, experiente tem lá suas vantagens. Mas o barato da vida é amadurecer e até apodrecer com o tempo.



É curioso mesmo o caso de Benjamin Button. Quem não viu o filme ainda, precisa ver. O livro que inspirou o roteiro é de 1920, escrito por Francis Scott Fitzgerald. Não o li, nem mesmo sabia de sua existência. Mas o filme é daqueles que marcam e fazem a gente pensar.

Havia um homem cego que construía relógios, na época da 1ª Guerra Mundial. Enquanto esperava notícias do filho, que estava no front, o relojoeiro trabalhava arduamente em um relógio para a estação de trem. O jovem morreu na guerra, mas, mesmo assim, seu pai terminou o trabalho. A surpresa veio no dia da inauguração: o relógio andava ao contrário.

A lenda do relógio que contava o tempo de trás para frente é apenas o berço para o “nascimento” de Benjamin Button. Interpretado por Brad Pitt (é ele na foto!), Benjamin é um bebê com rugas, catarata, artrite e todas as demais inconveniências de envelhecer. Passam-se os anos e a vida de Benjamin segue ao reverso com suas curiosidades.

São três horas de cenas que nos levam a pensar sobre a vida e o modo como o tempo passa. Mas nada que me convença de que Deus fez as coisas ao contrário. Nascer, digamos, experiente tem lá suas vantagens. Mas o barato da vida é justamente amadurecer e até apodrecer com o tempo.

Esse negócio de “ah, se eu tivesse a maturidade que tenho hoje” não cola. Se temos a maturidade que temos – ou se ela nos falta! – é porque aprendemos alguma coisa ou ainda aprenderemos. É esse o rumo natural da vida, apesar de alguns morrerem jovens, como o filho do relojoeiro cego. Nem mesmo relógios que andam ao contrário podem trazer os mortos de volta. Teremos que ir até o fim, com rugas, catarata, artrite e todas as demais inconveniências de envelhecer, para enfim dizer que vivemos. E como vivemos.