quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Button e seus botões

Nascer, digamos, experiente tem lá suas vantagens. Mas o barato da vida é amadurecer e até apodrecer com o tempo.



É curioso mesmo o caso de Benjamin Button. Quem não viu o filme ainda, precisa ver. O livro que inspirou o roteiro é de 1920, escrito por Francis Scott Fitzgerald. Não o li, nem mesmo sabia de sua existência. Mas o filme é daqueles que marcam e fazem a gente pensar.

Havia um homem cego que construía relógios, na época da 1ª Guerra Mundial. Enquanto esperava notícias do filho, que estava no front, o relojoeiro trabalhava arduamente em um relógio para a estação de trem. O jovem morreu na guerra, mas, mesmo assim, seu pai terminou o trabalho. A surpresa veio no dia da inauguração: o relógio andava ao contrário.

A lenda do relógio que contava o tempo de trás para frente é apenas o berço para o “nascimento” de Benjamin Button. Interpretado por Brad Pitt (é ele na foto!), Benjamin é um bebê com rugas, catarata, artrite e todas as demais inconveniências de envelhecer. Passam-se os anos e a vida de Benjamin segue ao reverso com suas curiosidades.

São três horas de cenas que nos levam a pensar sobre a vida e o modo como o tempo passa. Mas nada que me convença de que Deus fez as coisas ao contrário. Nascer, digamos, experiente tem lá suas vantagens. Mas o barato da vida é justamente amadurecer e até apodrecer com o tempo.

Esse negócio de “ah, se eu tivesse a maturidade que tenho hoje” não cola. Se temos a maturidade que temos – ou se ela nos falta! – é porque aprendemos alguma coisa ou ainda aprenderemos. É esse o rumo natural da vida, apesar de alguns morrerem jovens, como o filho do relojoeiro cego. Nem mesmo relógios que andam ao contrário podem trazer os mortos de volta. Teremos que ir até o fim, com rugas, catarata, artrite e todas as demais inconveniências de envelhecer, para enfim dizer que vivemos. E como vivemos.

Um comentário:

  1. Assisti ao filme ontem e não me arrependi :-)
    Engracado como a gente se sente estranho quando pára para pensar na efemeridade da vida, não? Acho que de vez em quando faz bem se lembrar desse detalhe para aproveitar melhor o tempo que passa. Porque não tem jeito, ele passa.
    Beijos!

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