sexta-feira, 1 de julho de 2011

Da queda de Renato no Grêmio

"Admito: não aguento mais secar o Inter. Nos anos 90 era mais fácil ser gremista."

Minha indignação com o Grêmio é muito anterior à queda do Renato. A vinda do ídolo do Mundial de 83 como treinador, na verdade, foi um grito de socorro na hora do desespero. Odone não queria, nunca quis Renato Portaluppi à beira do gramado no Olímpico. O clube só apelou a ele quando o Tricolor ameaçava seguir de novo o amargo caminho da Série B.

Renato salvou aquela temporada, levou o time à Libertadores, elevou de novo a autoestima do torcedor. Só que ídolos históricos e estádios lotados não ganham jogo. Muito menos títulos. Em 2011, caímos cedo na Libertadores, entregamos o Gauchão e no Brasileirão é um show de horror após o outro. Mesmo defendendo que o problema é mais antigo, que a culpa não era (só) dele, não dava mais para defender Renato.

O que quero dizer é: não adianta derrubar só o técnico, tem que cair a diretoria. O problema do Grêmio é muito anterior ao Renato. Não que ele não tenha feito algumas trapalhadas que comprometeram o desempenho do grupo. Foi incoerente em um momento que resultou crucial nas partidas seguintes. Disse que seu time não jogaria em gramado sintético no segundo turno do Gauchão. No dia do jogo, colocou os titulares em campo, debaixo de chuva, mesmo já tendo o primeiro turno ganho e uma Libertadores pela frente. Perdeu por seis meses o mais próximo que se tinha de um "matador" desde a saída de Jonas, André Lima. A partir dali, a casa começou a cair, ainda que sem relação direta com esse evento específico. Nada explica as cobranças pífias de pênaltis na final do Gauchão, que deram o título ao Inter em pleno Olímpico. Nada explica a queda absurda de rendimento de Lúcio e Douglas, o não aproveitamento de Escudero, a insistência em Rafael Marques e por aí vai.

Só que tem coisas externas ao gramado que precisam ser levadas em conta. Ok, pode ser que Douglas e companhia resolveram parar de jogar porque queriam derrubar o técnico. Mas pode ser também que Douglas estivesse insatisfeito no clube, porque era exaltado como homem de confiança do treinador e a diretoria lhe negou qualquer renegociação de contrato para permanecer no Grêmio. Renato passou o semestre inteiro dizendo que o grupo precisava de reforços, os quais a diretoria também lhe negou.

O clube está falido? É a Arena que está levando os recursos? Ok, então vamos jogar a Série B e repensar se adianta ter um estádio novo para sediar jogos da Segundona. Ou então que busquem um investidor para o time, que é o que realmente interessa ao torcedor.

Admito: não aguento mais secar o Inter. Até quando? Nos anos 90 era mais fácil ser gremista. O Inter, depois de três décadas sem títulos importantes, virou a gangorra e agora se debruça em flautas em cima de nós, gremistas. Apelamos ao Mazembe para ter o que dizer. Renan dá de bandeja três gols ao Grêmio e conseguimos perder o título gaúcho. Não somos capazes de golear o time com a pior defesa do campeonato, mesmo jogando dentro de casa. Mais um pouco e perdemos a honra.

5 comentários:

  1. Mas o Odone nunca apelou ao Renato hueheu. Foi na gestão do Duda que ele foi contratado.

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  2. Mas bueno, quanto ao resto (eu disse que ia me manifestar hahaha):

    Renato veio dar confiança ao time que derrubou o Silas e fez uma campanha SENSACIONAL no segundo turno. Sem a menor dúvida, mereceu muito a renovação.

    Mas esse ano, em nenhum momento deu resposta. Quase fez fiasco diante do Caxias, fez fiasco diante da Universidad Católica, do Inter, do Avaí... tudo em casa, onde o Grêmio era imbatível. Nunca teve mecânica de jogo e sobre as escolhas individuais duvidosas nem vou comentar.

    Mas o teu ponto não é esse, eu sei haha. A direção não é do meu agrado, mas não acho que o problema seja falta de reforços (mesmo que eu ache um absurdo não perceberem que faltam volantes e um lateral-esquerdo). A saída de Jonas foi um fiasco, mas culpa de quatro partes: da direção passada, da direção atual, de Jonas e da torcida que nunca o valorizou.

    Pra mim a maior merda do Odone é estar distante. Justo ele que era presidente em um modelo que funcionou MUITO bem: Pelaipe e Mano. Como funcionava? Casamento perfeito entre diretor de futebol e treinador, sendo que o primeiro também ajudava no vestiário. Não tinha arrego pra vagabundo.

    Mas enfim, o presidente nunca cai, porque é cargo eleito. Ele podia afastar o Vicente Martins, outro bunda-mole, do futebol, mas não quis esse desconforto por ele também ter sido eleito. Tendo em vista tudo isso, a mudança de treinador já foi um grande passo.

    De verdade, não acho o grupo do Grêmio ruim. Tem deficiências, mas deveria estar rendendo MUITO mais. Em anos anteriores tivemos grupos muito piores...

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  3. Fato, foi na gestão do Duda ainda. Quanto à queda da diretoria, presidente cai sim, se os que o elegem forem comprometidos. E isso inclui a mim e a ti, que somos sócios, pagamos mensalidade e não cobramos da direção o que nos interessa. Deixamos tudo na mão da imprensa depois da queda de um de outro. O presidente não é o clube.

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  4. Mas eu não derrubaria o presidente haha. Tá, mas COMOFAS pra derrubar? Não foi uma pergunta retórica.

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  5. Como exatamente eu confesso que não sei, mas tem que se manifestar. Ficar chorando em casa não resolve, com certeza. Vamos organizar um motim?!haha

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