quarta-feira, 1 de julho de 2009

Perdida no tempo e no espaço


“Mas não é da Relatividade de Einstein que pretendo falar. É da minha dificuldade de ver o tempo passar a seu tempo. Tenho a impressão de que o tempo está passando mais depressa do que deveria.”

Há quem diga que o tempo nada mais é do que uma dimensão, para além de altura, largura e profundidade. Ou seja, haveria como transitarmos pelo tempo, assim como nos movimentamos pelo espaço. Está aí a Super Interessante de maio, com a “ciência do impossível”, para assinar embaixo o que digo. Mas não é da Relatividade de Einstein que pretendo falar. É da minha dificuldade de ver o tempo passar a seu tempo. Tenho a impressão de que o tempo está passando mais depressa do que deveria.

Veja só, já é 1º de julho. Já estamos segundo semestre de 2009 adentro. Logo mais tem Natal de novo. E mais um ano começa. Será 2010 e vai ter Copa do Mundo outra vez. Ainda me lembro como se fosse hoje o que eu estava fazendo na final da Copa passada, só para dar um exemplo. Estava num sítio no interior de Gramado esperando o estrogonofe ficar pronto, enquanto via na TV o Zidane dar aquela cabeçada no Materazzi. Parece que foi ontem. Já faz três anos. Parece que os 365 dias de um ano agora são muito menos tempo do que outrora.

Fico perturbada com essa pressa com que os dias passam porque por mais que eu tenha muito o que recordar parece que eu não fiz nada. E tenho a impressão de que vou ver mais e mais anos se passarem sem que eu tenha tido tempo para fazer algo que mereça ser lembrado. Não me pergunte o quê, porque eu não sei ao certo. Só sei que o tempo passa tão depressa que quase não dá tempo de a gente viver.

Aí vem um dos livros que estou lendo para a pesquisa (virei bolsista de iniciação científica na Unisinos) me dizer que "um dos maiores problemas do homem atual é situar-se em seu aqui e agora" (o livro se chama A Era da Iconofagia, de Norval Baitello Junior).

Sofremos de uma patologia social chamada “perda do presente”. Estamos perdidos no tempo e no espaço. É como se a virtualidade tivesse criado uma espécie de dimensão paralela, onde o tempo acelera cada vez mais e as distâncias estão cada vez menores.

O problema de perder o presente é que fica mais difícil encontrar o futuro. E enquanto perco tempo escrevendo esse devaneio, mais algum tempo se passou...

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