segunda-feira, 16 de março de 2009

A boa vontade das pessoas

“Todos queriam ajudar, mas alguns atrapalharam. Até parece que sabemos mais do que os outros sobre seus caminhos.”

Sábado passado fui visitar uma tia em Novo Hamburgo. Fazia anos que eu não aparecia por lá. Já nem lembrava mais o caminho. A única lembrança que eu tinha era da imponente mangueira que cobria o jardim da casa da minha tia, mas isso não me ajudaria muito a chegar lá.

Tive a feliz ideia de ver o mapa no Google e bater com o itinerário do ônibus. Bendita internet! Com uma ajudinha do cobrador, seria facinho encontrar as mangas caídas no jardim. Ou não.

Com o mapa impresso, mostrei para a cobradora o caminho que meu namorado e eu precisaríamos fazer até a casa da minha tia. Perguntei se havia alguma parada em algum dos pontos circulados no mapa, mas ela não conhecia as ruas. Prontificou-se a olhar as placas de esquina e avisar quando passasse por alguma delas.

Foi quando um passageiro do ônibus pegou o bonde andando e quis entrar na conversa. Perguntou para onde estávamos indo. Pegou o mapa, virou de um lado, virou de outro. Falou da rua aqui, da outra ali, tentou explicar alguma coisa que não entendemos e ficou por isso mesmo. Acabamos parando onde a cobradora sinalizou.

Na rua, nossa primeira vítima foi um padeiro, que estava entregando pão em uma lancheria. Perguntamos pelo nome da rua, ele disse onde era. O dono da lancheria logo se meteu na conversa dizendo que era muito longe, que não dava para seguirmos a pé. Um senhor que estava em uma das mesas do bar, já se intrometeu perguntando para onde estávamos indo. Foi ele quem nos deu a instrução mais correta.

Uma entrada à esquerda e já estávamos na rua da casa da minha tia. Precisou apenas uma ou duas quadras para avistarmos a sombra da mangueira e, debaixo dela, refletir sobre a boa vontade de nossos informantes. Todos queriam ajudar, mas alguns atrapalharam. De qualquer forma, é interessante como todos se prontificaram a contribuir com o que sabiam – ou pensavam que sabiam – sobre o caminho que deveríamos fazer. Até parece que sabemos mais do que outros sobre seus caminhos.

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